O pesquisador Rolf Martin Dreher, autor desse texto, tem uma teoria que se baseia no fato de que muitos nomes de família, oriundos dos imigrantes alemães que chegaram por aqui, são nomes de profissões.

 

Alguns exemplos:

 

Dreher = torneiro, o que fabrica torneiras ou torniquetes, mecanismos obtidos pela usinagem de metais ou madeira;
Schlösser = o fabricante de fechaduras, de cadeados, o chaveiro;
Schneider = costureiro;
Schuster = sapateiro;
Dienstmann = serviçal, mas de alta estirpe, um tipo de alto-executivo dos palácios da nobreza alemã;
Schuhmacher = fabricante de sapatos;
Beutler = o fabricante de bolsas (Beutel);
Schmiedt ou Schmitt = ferreiro, forjador (de ferros para a cavalaria ou outros serviços);
Kremer ou Krämer = mascate, comerciante de feiras;
Herold = heráldico, outro tipo de profissão dos palácios da nobreza;
Weber = trançador ou tecelão (de tecidos, de objetos de vime, etc);
Wächter = guardião ou sentinela;
Schreiner = carpinteiro ou marceneiro;
Scherer ou Schärer = afiador de tesouras;
Fischer ou Fischmann = pescador;
Wagner ou Wegner = condutor de carros ou diligências;
Hirt = pastor (de ovelhas)

 

Esses nomes possivelmente foram dados para diferenciar ou individualizar os detentores a partir da própria profissão que tinham, e quem sabe se desta forma tenha acontecido que inúmeros “Dreher”, “Schlösser” e “Dienstmann”, por exemplo, tenham surgido do dia para a noite, por decreto da nobreza da época, sem serem parentes entre si? Se isto aconteceu, não existirá forma de rastrear a parentagem daí para trás, a não ser que se tenha acesso a todos os documentos de registro de nascimentos, geração após geração, o que talvez não fosse uma obrigação, ou talvez nem fosse possível para todos, só para os mais abastados, que podiam pagar pelo registro!

 

Evidentemente, nem todos os sobrenomes trazidos pelos imigrantes alemães são nomes de profissão, existem muitos tipos de nomes:

 

Origem local: Diefenthäler, Vollenweider, Hohenberger, Schweitzer, Dannemann, Holzberg, von Hohendorf, Schwarzenegger, Sieburger, Waterkämper, Matzenbacher, Walzberg, Ruppenthal, Illenseer, etc;

 

Cor ou aparência: Weiss, Schwartz, Heller;

 

Caráter, qualidade ou situação: Willrich, Jung, Neujahr, Gütschow, Neumann, Buss, Snel, Lermen, Preiss, Klug, Meier, Kurz, Lang;

 

Tamanho: Gross, Klein;

 

Objetos minerais: Stein, Goldstein, Silberstein;

 

Objetos em geral/natureza: Körbes, Hack, Speer, Baumgarten, Rheingantz, Kiefer, Zahn;

 

Animais: Wolf, Wolff, Vogel, Vogelsang, Löwe, Lewwe;

 

Nomes bíblicos ou históricos: Matthäus, Augustin;

 

Nomes importados: von Karajan, Lawall, Raddatz, Klabunde, Jakobi, Keidann;

 

Desta forma, é provável que, a exemplo de outros povos, como os italianos, onde os nomes de família passaram a ser o nome do pai em dada época (Antonioni = filho de Antonio, Grimaldi = filho de Grimaldo, Vicenzi = filho de Vicenzo, etc.), naturalmente houve uma época na história do povo alemão, em que, para evitar as confusões de identidade passou-se a adotar nomes de família, coisa não utilizada anteriormente, pois o volume de população existente não justificava ainda tal prática.

 

Lembre-se que a Bíblia faz menção a “Fulano, filho de Ciclano” – não existiam “famílias”. Por isto, a pesquisa de parentesco por nome de família termina em determinada data, antes da qual isto simplesmente não tem sentido, nem registro. Se esta data é 1650 ou não, somente os estudiosos poderão dizer.

 

Leia mais sobre esse assunto:

A origem do sobrenome Dienstmann

Os primeiros imigrantes alemães no Rio Grande do Sul

4 respostas

  1. Oi sei que minha família veio da Alemanha (minha bisa) e da Suécia (meu biso)
    Sobrenomes gross e gustafson quero muito saber deles. Sei que vieram com a segunda guerra

    1. Ângela. Inicialmente deves conversar com os membros mais velhos das famílias. As lembranças e os relatos orais destas pessoas são as fontes mais confiáveis para conhecer os teus antepassados. Boa sorte.

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